Rodas de conversa sobre a Consciência Negra

Rodas de conversa sobre a Consciência Negra

No mês de Novembro, a sociedade se concentra na formação da Consciencia Negra no Brasil. Vários eventos são promovidos para que este tema tão persistente não passe “desapercebido” no hambito social e buscando sempre a resolução dos desafios que torna refém o povo afro-brasileiro. “Parece que estamos voltando atrás: sectarismo, divisões, fundamentalismo – nós, cristãos, devemos ser pela totalidade e não pela parte” afirma Dom Antonio de Assis Ribeiro (bispo católico auxiliar de Belém e Acompanhante Pastoral Afro-Brasileira da CNBB Norte 2).

Buscando formar o ser humando para uma consciência sadia e cristã, a Faculdade Católica de Belém, por meio do 4º semestre do Curso de Filosofia promove rodas de converas a respeito de questões que gravitam em torno das dificuldades e desafois que a comunidade afro-brasielira entrenta na atualidade, buscando sempre “o Sagrado é aquilo que a verdade faz de profundo no outro” (Reverendo Marcos Fernando de Souza, Diocese Anglicana da Amazônia, teólogo e um dos coordenadores do Conselho Amazônico das Igrejas Cristãs – CAIC).

O primeiro encontro aconteceu no dia 12 de semtembro de 2022, com o tema “Os marcos da Cultura afro-brasileirana na hitória jurídica do Brasil”. coordenador prof. Charles Alberto Barbosa (doutrorando em Antropologia e professor de Cultura Afro-brasileira da Faculdade Católica de Belém) como coordandor do evento e Dr. Cássio Bittar (Defensor público do Estado do Pará).

A segunda roda de converas foi ralizado no dia 07 de novembro tendo como tema “A Pastoral Afro Brasileira: um caminho histórico de conscientização cristã nas relações étnicas” com a participação de Dom Antonio de Assis Ribeiro (bispo católico auxiliar de Belém e Acompanhante Pastoral Afro-Brasileira da CNBB Norte 2) e do Rev. Marcos Fernando de Souza (Diocese Anglicana da Amazônia, teólogo e um dos coordenadores do Conselho Amazônico das Igrejas Cristãs – CAIC) como facilitadores, além de prof. Charles Alberto Barbosa (doutrorando em Antropologia e professor de Cultura Afro-brasileira da Faculdade Católica de Belém), como coordenador.

No dia 28 deste mês será realizada mais uma roda de conversas no auditório Arara Azul da Faculdade Católica de Bélem, às 8h com o tema “Democracia e Desmocratização no contexto Afro-brasileiro” tendo como coordenador prof. Charles Alberto Barbosa (doutrorando em Antropologia e professor de Cultura Afro-brasileira da Faculdade Católica de Belém) e o facilitador Paulo vitor Squires (Advogado, ativista e menbro da Comissão de Defesa de Igualdade Racial, Etnia e dos Quilombolasda OAB/PA).

 

O dia de Zumbi

O dia de Zumbi

Ilustração de Zumbi dos Palmares – Divulgação/Antônio Parreiras – ARTExplorer/ Domínio Público

 

O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi instituído oficialmente pela Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011. A data faz referência à morte de Zumbi, o então líder do Quilombo dos Palmares – situado entre os estados de Alagoas e Pernambuco, na Região Nordeste do Brasil. Este dia nos leva a formar a nossa consciência para os direitos humanos fundantes da nossa civilização que, não obstante todo o desenvolvimento desta compreensão, nos encontramos ainda na perplexidade a nos perguntar: Por que falar sobre racismo e segregação racial e social em pleno 2022? Para explicar essa questão, nós precisamos voltar no tempo histórico. Precisamos entender como a escravidão afetou os descendentes dos escravos e como, ainda, afeta todo e qualquer ser humano que tenha descendência de pessoas escravizadas. Precisamos falar sobre o movimento negro e como ele é importante para a manutenção da vida social dessas pessoas.

A escravização e o colonialismo (movimento histórico de invasão e colonização de países americanos, africanos e asiáticos por parte de países europeus) que causou tanto sofrimento raptando povos negros do continente africano e comercializando essas pessoas africanas ao redor do mundo, sobretudo nas Américas, é responsável por um sistema completamente desigual e extremamente cruel com as pessoas descendentes de escravos. Atualmente, temos as consequências de toda essa exploração nos povos escravizados, mesmo após a escravidão ser extinta no mundo ocidental no Século XIX, socialmente os negros continuaram a ser tratados como pessoas inferiores.

É nesse contexto pós-escravidão oficial que surgem os movimentos sociais negros, que atuam com o objetivo de reivindicar direitos para a população negra que sofre com o racismo na sociedade. Desde o período colonial quando os escravos tentavam escapar do trabalho forçado, se organizavam em quilombos que eram um espaço de organização para esses refugiados, podendo abrigar diversas famílias e até mesmo centenas de pessoas, talvez o quilombo que tenhamos maior conhecimento durante o período colonial seja o Quilombo dos Palmares de onde surgiu a emblemática figura de Zumbi dos Palmares, que mais tarde veio a se tornar símbolo para o movimento negro depois do seu assassinato e instaurando assim no dia 20 de Novembro, como Dia Nacional da Consciência Negra, pelo Movimento Negro Unificado em 1978.

Fazendo um salto do período colonial até o século XXI, passando pela Primeira República, Era Vargas, anos 70, 80 e no Governo FHC, o movimento negro teve diversas conquistas sociais para melhorar a vida dessas pessoas discriminadas. Como resultado das lutas do movimento negro, temos atualmente a Lei 12.711/12 e a Lei 12.990/14 que conhecemos como Leis de Cotas. A primeira Lei reserva 50% das vagas em cursos de universidades e institutos federais para estudantes de escola pública e estudantes que se autodeclarem pretos, pardos ou indígenas. A segunda Lei prevê a reserva de 20% das vagas ofertadas em editais de concursos públicos federais para pretos, pardos e indígenas. Essas Leis são uma forma de compensar os inúmeros anos de atraso social causado pela escravidão e ainda dar uma melhor oportunidade de ter um desenvolvimento de vida para as pessoas que se enquadram nas Leis.

Ações como essas demonstram que ainda há muito o que se discutir, ainda tem muito a ser feito em relação ao racismo que, aqui no Brasil é de uma forma mais velada do que acontece nos Estados Unidos, por exemplo. Todas essas questões nos ajudam a entender a importância do movimento negro e por quais razões ele nasceu. Nos ajuda a entender os protestos e revoltas contra o racismo, a discriminação e os assassinatos da população negra. Nos ajudam a entender o contexto e a complexidade de atos como “Vidas Negras Importam”, resultado do assassinato de George Floyd e tantos outros que morrem sobretudo vítimas da violência tanto entre os moradores das periferias quanto nas corporações militares. No dia 28 de Novembro continuaremos as nossas rodas de conversa na Faculdade Católica de Belém: desta vez sobre “Democracia e Desdemocratização no Contexto afro-Brasileiro”. Você está convidado!

 

 

CHARLES ALBERTO BARBOSA DE SOUZA – Doutorando em antropologia pelo Instituto Universitário SOPHIA de Florença (IT) é professor de Antropologia e Cultura Afro-brasileira e Etnias da Faculdade Católica de Belém, Professor de Sociologia no Colégio São Paulo e Sociólogo da Equipe de Pesquisa do Núcleo Setorial de Planejamento da Secretaria de Educação Municipal de Belém.

Aula para o 3º Semestre de Teologia – Tema: Resumos das aulas da disciplina Cultura afro-brasileira e Etnias

Prof. Mr Charles Alberto Barbosa

Disciplina: Cultura afro-brasileira e Etnias

Turma: 3ª semestre de Teologia

Tema: Resumos das aulas da disciplina Cultura afro-brasileira e Etnias

ANEXOS

OS-POVOS-DA-COSTA- A-ÁFRICA-NAS-RELAÇÕES-INTERCONTINENTAIS-JOSÉ-WILLAN.docx RELAÇÕES-E-INTRCÂMBIOS-ENTRE-AS-VÁRIAS-REGIÕES-LUCIANO-BESERRA.docx A-ÁFRICA-EQUATORIAL-E-ANGOLA-AS-MIGRAÇÕES-E-O-SURGIMENTO-DOS-PRIMEIROS-ESTADOS-LEONARDO-MONTEIRO.docx